sábado, 17 de janeiro de 2009

O Ministro da Ideologia

Desastrada a decisão do Ministro da Justiça Tarso Genro de conceder refúgio político ao italiano Cesario Battisti, ex-ativista de extrema esquerda condenado à prisão perpétua em seu país por quatro homicídios cometidos na década de 1970.

Tarso contrariou pareceres da Procuradoria Geral da República, do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Itamaraty, da Polícia Federal e do Secretário Executivo do próprio Ministério da Justiça. E, em decisão pessoal, decidiu dar guarida ao ex-terrorista.

Conseguiu de uma canetada só desagradar a todos e ainda gerou embaraços diplomáticos com a Itália.

Muito mais do que esta decisão isolada, o que causa indignação é a atuação ao estilo um peso, duas medidas. Impressiona a maneira distinta como o Ministro interferiu neste caso e no dos dois boxeadores cubanos que abandonaram a equipe daquele país durante os Jogos Panamericanos porque queriam ir à Alemanha para se profissionalizaram no esporte.

Os cubanos passaram por um rito sumário e foram devolvidos às pressas à Cuba, em avião cedido pelo venezuelano Hugo Chávez, que se auto-proclama herdeiro ideológico de Fidel Castro.

Deve ser porque na cabeça do Ministro a Itália é uma ditadura, onde as liberdades individuais são desrespeitadas cotidianamente, e Cuba é uma ilha de plena democracia e prosperidade, eldorado tropical onde o socialismo deu certo.

Ao que parece, a decisão do Ministro foi pautada muito mais por suas convicções ideológicas do que pela Justiça, a qual ele deveria representar como Ministro de Estado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bacana.

O blog.

Leandro.

:)