domingo, 14 de agosto de 2011

Paternidade e pegabilidade

Angelina Jolie já declarou que nunca Brad Pitt é tão lindo como quando está cuidando dos filhos. Bem, eu duvido que a recíproca seja verdadeira, na opinião do Brad.


Outro dia li declaração da Angélica sobre o marido Mauricinho, digo Luciano, Huck: “Admiro a disposição, o carinho e a paixão com que ele vive a paternidade” .

Uma amiga me confidenciou que acha atraentes homens com seus filhos no supermercado.

No jornal mural da empresa, fizeram uma exposição de fotos de pais com seus filhos, em homenagem ao Dia dos Pais. E as mulheres paravam diante de cada foto, embevecidas e enternecidas.

Ouvi de várias mulheres que a paternidade torna os homens mais desejáveis. Elas se comovem com o cuidado e com o afeto que eles têm com a prole. Ou seja, a paternidade aumenta a pegabilidade. Neste sentido, estou em baixa. Três casamentos, zero filho. Talvez eu tenha que aprender a fazer paella e a tocar violão para compensar.

Há exceção: as namoradas que George Clooney enfileira sabem que, para ele, existem duas palavras proibidas: “casamento” e “crianças”. Nem por isso, sua pegabilidade anda em baixa.

Por outro lado, a maternidade muitas vezes torna as mulheres menos desejáveis. Elas se dedicam com tal afinco à missão que esquecem de continuarem sendo amantes. Essa queixa é muito recorrente entre os homens. Mas isso é assunto para outro texto. Hoje falamos de pais.

É Dia dos Pais. Para mim, sempre foi um dia de ausência, nos dois sentidos da árvore genealógica. Perdi meu pai quando eu era pequeno e dele não guardo nenhuma memória. Sou bem resolvido quanto à minha escolha de não ter filhos, o que não impede que de vez em quando eu sinta uma ponta de inveja - passageira e benigna - de alguns pais que encontram nos filhos motivo de justificado orgulho, e vice-versa. Para os meus amigos que são pais, um abraço e boa sorte.

A revista da entrevista

Nunca pensei que fosse dizer isso de verdade, e não apenas como justificativa cínica por comprar a revista, mas o melhor da Playboy com a Adriane Galisteu é mesmo a entrevista da Sandy.


Entrevista honesta, lúcida, ponderada, de uma mulher adulta e discreta sobre sua vida íntima aos 28 anos. Ela não tenta ser vista como devassa – a campanha que protagonizou para a cerveja homônima foi uma ironia – mas tenta desconstruir a mitologia de “a virgem do Brasil”.

Fez-se muito barulho por nada na mídia acerca de sua resposta sobre a possibilidade de se sentir prazer com o sexo anal. Considerando sua imagem recatada, a resposta poderia até servir como argumento para parceiras reticentes em explorar essa forma de sexo: “Pô, se até a Sandy, por que você não?”. Mas não é nada disso. Contextualizada, não há nada de mais na resposta, sobretudo quando descolada da tal mitologia falsa.

Além do mais, ninguém tem nada a ver com o sexo que cada um pratica. Ao invés de se importar com a vida alheia, se quiser falar sobre sexo anal, experimente introduzir o assunto em seu pudico lar. Como bem sugeriu o jornalista Zeca Camargo, em ótimo texto publicado em seu blog sobre a entrevista da cantora.
Sobre o ensaio fotográfico da Galisteu, bem, o cenário é lindo. A louríssima apresentadora não é nenhuma baranga, mas também não é de embasbacar.

A mignon Sandy, em seu 1,58 m, não é nenhuma opulência de gostosura, mas é campeã de pedidos dos leitores para fazer ensaios sensuais na Vip e na Playboy.

Na atual edição que circula nas bancas e nas rodas de comentários, eu preferia o inverso: ver um ensaio da Sandy nua e uma entrevista da Galisteu. Pensando melhor, nesse caso, eu preferiria uma edição sem entrevista. Afinal, sem hipocrisia, compramos a revista só mesmo por causa das garotas da capa.