Foto: Leandro Wirz
Fui ao Centro da cidade no sábado de manhã. Como algumas faixas de ruas são fechadas ao tráfego e convertidas em estacionamento, o trânsito fica ruim mesmo no final de semana.
Estacionei ali perto do Teatro Municipal, em restauração para celebrar seu centenário. A moça que estava lá de “dona da rua” me abordou com aquela simpatia irritante que pretende fabricar uma intimidade que não existe. Forçar a amizade.
- “Oi, bom dia. Veio trabalhar ou veio passear? Vai demorar? Você está sério, meu querido, tá tudo bem? Eu quero ver todo mundo sorrindo aqui.”
Dito isso, me extorquiu os regulamentares R$ 2 para fingir que toma conta do carro. Eu fui fazer o que tinha para fazer numa loja de informática e voltei meia-hora depois.
Ao lado do meu carro, perto da porta traseira, encontrei um enorme cocô, digamos, recém-feito. Humano e não canino.
Quando estou manobrando para sair da vaga, vem a simpática guardadora, me pede para abaixar o vidro e pergunta, como se fosse da conta dela:
-“Já vai? Tá cedo ainda. Vai pra casa?”
E, então, bancando a tia gente boa, ela veio com a proposta:
-“Me devolve o talão do estacionamento, que eu aproveito em outro carro.”
Desse jeito, ela daria um recibo a menos e poderia embolsar o dinheiro direto. Só mais um pequeno delito. Tudo tão normal, tudo tão carioca, tudo tão Rio de Janeiro, a cidade mais feliz do mundo.
Recusei e fui embora sem olhar para trás.
Estacionei ali perto do Teatro Municipal, em restauração para celebrar seu centenário. A moça que estava lá de “dona da rua” me abordou com aquela simpatia irritante que pretende fabricar uma intimidade que não existe. Forçar a amizade.
- “Oi, bom dia. Veio trabalhar ou veio passear? Vai demorar? Você está sério, meu querido, tá tudo bem? Eu quero ver todo mundo sorrindo aqui.”
Dito isso, me extorquiu os regulamentares R$ 2 para fingir que toma conta do carro. Eu fui fazer o que tinha para fazer numa loja de informática e voltei meia-hora depois.
Ao lado do meu carro, perto da porta traseira, encontrei um enorme cocô, digamos, recém-feito. Humano e não canino.
Quando estou manobrando para sair da vaga, vem a simpática guardadora, me pede para abaixar o vidro e pergunta, como se fosse da conta dela:
-“Já vai? Tá cedo ainda. Vai pra casa?”
E, então, bancando a tia gente boa, ela veio com a proposta:
-“Me devolve o talão do estacionamento, que eu aproveito em outro carro.”
Desse jeito, ela daria um recibo a menos e poderia embolsar o dinheiro direto. Só mais um pequeno delito. Tudo tão normal, tudo tão carioca, tudo tão Rio de Janeiro, a cidade mais feliz do mundo.
Recusei e fui embora sem olhar para trás.
Um comentário:
Ai.
Te entendo.
Que falta de saudade que eu sinto disso tudo.
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