terça-feira, 16 de setembro de 2008

Fé no ofício

Acontece hoje, às 19h, na Livraria da Travessa no Shopping Leblon, o lançamento do livro de poemas "Privação de Sentidos", de Mariza Tavares.


"Ofício

Não espere o verso fácil
a rima que se encaixa no fluir das palavras.
Este ofício é duro e áspero.
Tem cheiro acre
de coisa pisada.
Rotina de cavar
remendar
atritar
onde se esmerilha sem cessar.
Até o osso,
até a exposição impiedosa,
um pouco além do limite do suportável."
(Mariza Tavares)


Sobre o nosso ofício de fingidores que chegamos a fingir a dor que deveras sentimos, publico também poema de Márcio Bezerra, do Acre, que pesquei na rede no http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/acre/marcio_bezerra.html

"Ossos do ofício

1
escrever é mover pedras
em sinfonia com o acaso
em religião com o supérfluo
procurando construções
para uma morada distante
onde o infinito seja onde
e o eterno seja quando

2
tenho um punhado de pedras
ferindo-me as mãos como quem
colhe num campo de sonhos
um galho de navalhas

3
poemas são navalhas
que crescem do estomago
em diante"
(Márcio Bezerra)

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