quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Consciência


Hoje é feriado em algumas cidades do Brasil. Dia da Consciência Negra.

O Brasil ainda tem muito o que avançar para deixar de ser um país racista. Uma colega comentou que explicaram ao filhinho dela na escola que era o dia dos morenos. Como diria Ancelmo Góis, moreno é o cacete. Com todo respeito. Penso que é preconceito usar a palavra moreno como eufemismo, para não dizer negro. Como também acho que é um exagero descabido da praga do politicamente correto o uso de afro-descendente. Nunca considerei o termo negro pejorativo, nem desrespeitoso. Terei que usar euro-descendente, nipo-descendente?! Negro é bonito.

Vi publicado nos jornais de hoje um anúncio da empresa de limpeza e conservação Novo Rio. A imagem traz um homem branco vestindo uma camiseta branca com os seguintes dizeres estampados: “45% negro, 30% branco, 15% amarelo, 10% índio”. E o texto dizia “Todos nós somos uma mistura de raças. Discriminar alguém por sua cor é discriminar a si mesmo.” Feita a ressalva de que o conceito de raça cientificamente não se sustenta, o anúncio é bacana.

O jornal também traz a notícia de que na onda da Obama mania, “a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou a ida de um grupo de deputados afro-descendentes para a posse de Obama”. Não tem a menor necessidade disso. Provavelmente, o Brasil já estará representado na posse por seu Chefe de Estado. Esse avião da alegria é só para beneficiar alguns que farão turismo com o dinheiro público e poderão dizer “eu estava lá num momento histórico”.


Mas esperar que alguns deputados, independente da cor da pele, tenham consciência, talvez seja um pouco demais.

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