Por força do trabalho, faço quase à força um curso de mercado de capitais. Nada contra, mas é que sou louro e fiz comunicação. Meu cérebro só reconhece arquivos .doc. No máximo, .txt. Um .xls já é demais para minha cabeça.
Para as contas que não constam da tabuada que decorei menino uso, sem pudor, uma calculadora. E, óbvio, que não é uma hp.
Enfim, tenho uma professora competente, simpática e esforçada para inserir algum conteúdo nessa minha cabeça de vento. Vou chamá-la aqui de Tia Penha, singela homenagem à apresentadora de programa infantil que não gostava de crianças. Personagem do ator Marcelo Médici, na hilária “Cada um com seus pobrema”.
Entre os cerca de 20 alunos, estamos cinco de comunicação, estranhos no ninho nessa prestigiosa escola de administração e finanças. Estamos aqui para melhor entender o economês, idioma de muitos dos nossos entrevistados, e para termos condições de escrever matérias melhores. Somos, naturalmente, os burrinhos da turma. Desde a primeira aula, Tia Penha pergunta se “o pessoal da comunicação está conseguindo entender?” Porque se nós estamos,...
Hoje, em um exercício, Tia Penha perguntou o que eu faria se ganhasse R$ 1 milhão na loteria. De pronto, pensei:
a) pediria demissão
b) torraria a grana
c) sumiria por uns tempos
d) não deixaria “prima” pobre
e) todas as alternativas acima.
A resposta correta era, sim, a letra “e”. Só que a redação sugerida por Tia Penha era:
e) nenhuma das respostas anteriores (n.r.a., para os íntimos das provas de múltipla escolha).
Tia Penha exasperava-se com minha índole perdulária e hedonista. Buscava a todo custo (opa!) convencer-me do que é “certo” fazer.
Segundo ela, eu deveria aplicar o dinheiro provisoriamente num investimento com liquidez diária, que desse 100% da taxa CDI, até efetuar um planejamento de longo prazo. Sugeria reservar ao menos 10% do dinheiro para a aposentadoria.
Na seqüência, o planejamento de médio prazo. Comprar um apartamento, por exemplo.
Finalmente, o planejamento de curto prazo. Comprar um carro, talvez.
As melhores opções de investimento seriam definidas conforme a meta estabelecida para cada período do planejamento.
Prioritariamente, o longo prazo. Tia Penha não está errada, não. Mas é que, para mim, “...dinheiro na mão é vendaval....”
Lembro de uma cena do filme “Meu nome não é Johnny”, em que um traficante diz que está saindo do negócio porque realizou o objetivo de ganhar US$ 1 milhão. Johnny então responde que seu objetivo é gastar US$ 1 milhão.
Qual o seu objetivo? Onde está o seu maior prazer?
5 comentários:
Você contou 5 de comunicação. Mas eu sou bancário, esqueceu? Se a tia Penha soubesse que fiz publicidade certamente não teria me dado aqueles bombons na semana passada... Ou o contrário:
- Você é de comunicação? E conseguiu responder? Então merece a caixa inteira...
Hahahahahahaha. Texto hilário. Está entre os meus preferidos, antes até mesmo da session "Espaço Brasa". Claro que é uma opinião parcial, já que dessa vez sou personagem.
p.s. Esse Fernando além de trapaceiro é engraçadinho... rsrsrs. Mas mandou bem, colega. Eu devia ter pensado nisso antes. rsrsr.
p.s.2: O pessoal da comunicação ó: hum (boca fechada)!
p.s.3: lição da aulinha de ontem, descobri que meu EBITDA é negativo porque gasto mais do que ganho. :(
Definitivamente estou longe de ser uma pequena investidora. Estou muito mais para grande consumista e bonni vivant.
Como dizia a música" dinheiro na mão é vendaval"!!!!!!!!!Realmente estamos num mumdo que gira em torno do dinheiro agora deixar que o dinheiro gire sobre nós e domine toda a nossa vida ai já é demais!!!!!!:)
O meu objetivo na vida é conseguir viver em paz e não me preocupar excessivamente com o dinheiro, que não é capaz de me trazer a plenitude. Seria bom se não precisássemos fazer cursos que não gostamos ou fazer o que quer que seja só porque precisamos do dinheiro para sobreviver.Queria mesmo viver em um mundo diferente, muito diferente deste aqui. Pois aqui o dinheiro fala muito alto.E isso está tornando tudo muito insuportável.
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