terça-feira, 16 de junho de 2009

Investindo na relação

Estávamos na sobremesa quando ela contou romanticamente que o primeiro investimento que ela e o marido haviam feito juntos tinha sido implantar um anticoncepcional subcutâneo, de longa duração, no braço.

O que me chamou atenção foi o uso, por ela, da palavra “investimento”. Terá sido simplesmente porque, pela primeira vez, dividiram a conta? Não a conta de um mero jantar, mas de um projeto de longo prazo, como a compra de uma casa, por exemplo. Ou porque estavam juntos investindo na relação?

Sim, não ter filhos pode ser um investimento na relação. No kids, no cats. Um projeto de não-vida pode ser um projeto de vida. Afinal, é preciso que a união tenha raízes muito sólidas, e um desejo convicto de ambos para encarar as mudanças radicais que os filhos trazem.

Filhos muitas vezes mais separam do que unem os pais. Estes facilmente podem passar a ser sócios na criação da prole. Mas, com freqüência, distanciam-se como homem e mulher.

Sobre ter ou não ter filhos, recomendo a crônica “Sábado é dia de ver menor abandonado nos shopping centers”, publicada dia 13 de junho na coluna Rio Acima, assinada por Marcelo Migliaccio no JB.

http://www.jblog.com.br/rioacima.php?itemid=13444

Vale a leitura e a reflexão.

3 comentários:

Deborah disse...

Adorei: tanto o seu post quanto o link! Que sirva para as pessoas abrirem suas mentes e terem mais respeito com quem faz esta opção de vida (da qual sou MEGA adepta).

Marcelo Grossi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo Grossi disse...

Minha relação pessoal com meu pai, ausente e absorto demais no trabalho - primeiramente devido ao ofício árduo de jornalista e assessor de imprensa, e nos últimos onze anos, de professor universitário -, poderia ter incutido em mim uma aversão à paternidade. Por sorte, a dedicação da minha mãe, nos últimos trinta e dois anos, compensou a ausência dele. Até hoje.

Famílias fragmentadas: modelo predominante na contemporaneidade.

Até hoje, aprendo com minha mãe sobre como educar filhos. Meu pai, por outro lado, está mais para os estereótipos descritos pelo meu xará no texto bacana cuja leitura você sugeriu.

E, a propósito, a Madonna conseguiu adotar mais um cidadão do Malauí. Coitado...