À minha frente, um carro adesivado com a frase:
“Muitos me seguem. Mas só Deus me acompanha.”
Santa pretensão, Batman! Só Jesus!
Eu o ultrapassei rapidamente.
Video de estréia! | 13anosdepois
Há 9 anos
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Um comentário:
Eu sempre penso nos adesivos como necessidade de imprimir personalidade ao mais despersonificado dos objetos: o automóvel, que é a própria cristalização do fordismo.
Afinal, ainda que, para um mesmo veículo, o consumidor tenha direito de escolha quanto a cor, número de portas, potência e acessórios, os itens em série de cada modelo definem um padrão, inescapavelmente. É a produção em série que os despersonifica. Trata-se do “retorno do recalcado”, como o Chuck, personagem do trash Brinquedo Assassino - diria José Jorge de Carvalho.
O adesivo, inversamente, creio eu, ao imprimir a personalidade do motorista na lataria do veículo, personifica-o, exprimindo quem está atrás do volante.
José Jorge era professor de Antropologia da UnB, e dava as melhores aulas sobre o “nada” na disciplina de Tradições Culturais Brasileiras. No final, era só escrever qualquer trabalho e deixar no escaninho dele. Como ele não lia nenhum, teve gente que passou com SS sem entregar nada.
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