Domingo de sol no balneário do Rio de Janeiro. Depois da praia e do Mengão campeão da Taça Rio no Maraca, eu tinha um convite para ir à Lapa.
Praia-futebol-boemia. Ipanema-Maracanã-Lapa. Mais carioca impossível.
Mas eu não sou tão típico assim. Faço parte da minoria de hereges que não curte a Lapa, reduto do samba e do choro. A vida noturna bomba na Lapa e dizem que as pessoas solteiras (de todos os gêneros) mais interessantes circulam por lá. Os disponíveis que lá circulam, se esbarram, mas não se encontram. É porque, como diz um psicanalista junguiano amigo meu, o encontro requer o logos, o diálogo. E não há conversa na Lapa. Há pegação. Nada contra a pegação. Mas é que estou aposentado. E não gosto de samba nem de choro.
Quando meus amigos de outras cidades vêm ao Rio sempre querem cair na Lapa. Eu parodio o deboche do Casseta & Planeta com aquela antiga campanha “Vá ao teatro”: Vá à Lapa, mas não me convide.
Existem exceções capazes de me levar ao tradicional bairro boêmio. Eventualmente, algum show na Fundição Progresso, outrora também no Circo Voador, e um bife à milanesa com salada de maionese do Nova Capela.
Domingo foi uma exceção. Das boas. Fui ao Mistura Carioca assistir a um bom e velho amigo tocar guitarra e, simultaneamente, celebrar seu quadragésimo aniversário em cima do palco. Não há comemoração melhor do que fazer o que mais se gosta rodeado de amigos numa animada jam session. O nome da banda é Maria Rock.
Só não pergunte onde está a Maria.
Um comentário:
Eu já sabia de um defeito grave seu: ser flamenguista. Agora sei de outro: não gostar da Lapa!
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