Na última semana, correu o mundo a notícia de que um garoto de sete anos invadiu um zoológico na Austrália, matou diversos animais e jogou outros vivos a um crocodilo.
A matança foi capturada pelas câmeras de segurança do zôo. Em uma delas, o pestinha aparece sorrindo enquanto assistia ao crocodilo, de três metros de comprimento e cerca de 200 quilos, devorar um lagarto de língua azul. Durante 35 minutos, o menino matou brutalmente diversos animais no centro de répteis em Alice Springs. Em um dos casos, ele bateu em um lagarto diversas vezes com uma pedra até o animal não resistir mais.
As vítimas foram dez répteis, uma tartaruga, quatros lagartos de língua azul, dois dragões-barbudos, dois diabos-espinhosos, três lagartos e um iguana de 20 anos. Segundo o diretor do zôo, "será difícil substituí-los. Muitos eram raros e maduros".
O menino foi interrogado pela polícia, mas se manteve calado. Os policiais afirmaram que não têm a menor idéia do que pode ter motivado o ataque.
A primeira pergunta que não quer calar é: se o moleque levou 35 minutos em sua mórbida diversão como é que durante esse tempo todo, ninguém fez nada para impedir?
A segunda pergunta é: esse moleque não tem pais, não?
Eu definitivamente não acredito que crianças são anjos inocentes e inimputáveis. Crianças podem ser crudelíssimas. E tem gente que é ruim mesmo.
Mas o primeiro instinto de uma criança de sete anos, ou pelo menos, o instinto mais normal, seria o de curiosidade, ou até mesmo medo, pelos animais, e não o de agressão. É difícil acreditar que o moleque entrou no zoológico numa manhã ensolarada de quarta-feira e teve um surto de fúria assassina matando os animais. Provavelmente, ele já tinha manifestado antes seu “apreço” pela fauna praticando pequenas maldades com animais mais acessíveis: cachorro, gato, passarinho, peixe, filhote de canguru etc
O episódio provocou revolta e foi assunto nas mesas: a maldade infantil, a omissão dos pais, como punir o moleque, como punir os pais, e mais um monte de teorias psicanaliticas de botequim para destrinchar as razões da atitude e o cérebro doentio do moleque.
A última vez que eu olhei na versão online do jornal O Globo, havia 785 comentários sobre a notícia. Ah, que inveja dessa audiência! Dei uma lida rápida nos comentários e boa parte deles sentenciava que o moleque seria um futuro serial killer e muitos, muitos mesmo, sugeriam jogá-lo ao crocodilo que ele alimentou. Eu mesmo tive ganas de esganá-lo e mandá-lo fazer companhia a Terry, o Croco.
A tolerância está chegando próxima a zero. Mas será que se deram conta de que estão condenando uma pessoa de sete anos como irrecuperável?
Terry, vem cá.
Um comentário:
Michael Moore faria um documentário. Gus Van Sant contaria em forma de ficção com uma linda fotografia e ângulos inusitados. O meninho tem que ser tratado. A história me lembrou Tiros em Columbine, mas com animais em vez de coleguinhas. Molequinho sinisshhtrinho, ãh?
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