domingo, 4 de julho de 2010

Meio por cento

Uruguai, nem pensar. Não dá para perdoar o Maracanazo, mesmo que ele tenha acontecido há seis décadas. Sou rancoroso até com o que aconteceu muito antes de eu nascer. Para cima de mim, não cola esse papo de identidade sul-americana. Tô nem aí. Além disso, o anti-jogo acabou sendo premiado, graças àquela defesa do “goleiro” Suarez no último minuto da prorrogação contra a Gana. O Gyan não converteu o pênalti que levaria uma nação africana às semifinais, mas foi muito macho ao iniciar a série de cobranças de penalidades. Pena que não dá para trocar um pênalti pelo outro. Já o goleiro de Gana se tivesse feito o dever da casa saberia que El Loco Abreu bate pênalti sempre com a “cavadinha”, que beira a irresponsabilidade e justifica seu apelido. Outro ponto que me faz torcer contra o Uruguai é esse: imagina ter que aturar que o Brasil não foi campeão, mas um jogador do Botafogo, sim. Nem pensar.


Espanha passou aperto contra o Paraguai e é um time que tem tradição em Copa do Mundo. Tradicionalmente, chega cheia de moral, alçada a melhor seleção européia, e tem desempenho frustrante, tombando logo do alto de seu ego. A Espanha é igual jogador de clube: joga muito no seu time e quando chega na seleção não faz o mesmo. A seleção da Espanha arrasa na Europa, mas a Fúria chega mansinha nas Copas. É um país maravilhoso que ainda não foi campeão. Mas acho que vão mesmo para a disputa do bronze.

Holanda. Já escrevi mais de uma vez o quanto gosto. Tenho bisavó holandesa. Sobrenome Hoogterp. O país é lindo, tem a zona vermelha e os cafés em Amsterdã. Todo mundo pedala (e não só o Robinho). Além disso, perdeu injustamente as finais das Copas de 74 e 78, com um futebol encantador. Nos mundiais seguintes, também se apresentou muito bem, melhor até do que neste ano. O título seria uma reparação a uma injustiça histórica. Não merecem ser tri-vice como o Botafogo foi do Flamengo em 2007, 2008 e 2009.

Se superar a Espanha e chegar à final, será a oitava decisão alemã, uma a mais que o Brasil, que chegou à última rodada sete vezes e venceu cinco. Alemanha venceu três e perdeu quatro. Não merece a sina vascaína e ser vice mais uma vez. Penta vice é demais até mesmo para os fortes alemães. Além disso, tem, disparado, o melhor futebol da Copa (apesar do inexplicável apagão contra a Sérvia na primeira fase), o uniforme mais bonito, um brasileiro naturalizado alemão (Cacau) no seu time multinacional e, como bônus, ainda nos fez a gentileza de despachar a Argentina na mesma fase que o Brasil.

Acho que prefiro ver a Holanda conquistar um título inédito. Tem 0,5% a mais na minha preferência do que a Alemanha.

Um comentário:

Mirelle Matias disse...

a copa ta sendo tao ruim ese ano,mas tao ruim que eu fico com a alemanha, o unico time que me fez sorrir durante as partidas. 100%!