terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ele acha

Outubro passou e eu pouco escrevi. “Tenho andado sem tempo” é a mais esfarrafapada e honesta das desculpas. O fato é que tenho estado cansado, porque ralo no trabalho (infelizmente, blog não paga as contas) e comecei a lutar Vale-tudo heroicamente contra uma barriga que insiste em me pertencer. Será um duelo highlander. No fim, só pode restar um. E é claro que temo por mim neste combate.

Mas enfim, outubro passou e eu pouco escrevi. Assuntos palpitantes passaram e perderam o timing jornalístico. Mas tem coisas que não dá para não comentar. Caetano Veloso, por exemplo, que também não deixa de comentar nada.

Na semana passada Caetano foi deus na mídia. Onipresente como Lula. A quem, por sinal criticou, chamando de analfabeto. E também julgou Woody Allen um cineasta menor, teceu loas à virtual candidata do Partido Verde à presidência da República, Marina Silva, e comentou a importância do antropólogo francês Levi Strauss, recém falecido aos 100 anos.

Não vou entrar no mérito das opiniões de Caetano. São opiniões e cada um tem as suas e o livre direito de expressá-las sem censura. Eu também dou um monte de opinião sem ser chamado e sem ser “Caetanto”. Suas opiniões não devem ser levadas tão a sério como a sua criação artística. Esta sim, importa mais.

O que me intriga é por que desde sempre a mídia quer tanto ouvir Caetano sobre tudo. Será que sua vocação polemista ajuda a vender jornal? E Caetano quer quase sempre falar sobre quase tudo. Do preço do chuchu à Nona Sinfonia. Da macroeconomia à arquitetura art-déco. De poesia concreta ao Dalai Lama. De desmatamento ao Metallica. “Metallica é lindo”, disse ele uma vez.

Portanto, daqui para frente, use o similar nacional. Dispense o Google e pergunte ao Caê.

2 comentários:

G disse...

Muito bom seu texto, Le, adorei.
bjos

Bruna disse...

Eu estava com saudades do seu blog atualizado! Que bom que você voltou a postar! Sorte no seu duelo!!rs