Minha mulher é Diretora de Saúde, Bem-estar & Nutrição. Eu sou o Diretor de Entretenimento & Lazer. Orgulhosamente integramos o staff do Reef, nosso cachorro. Inquestionavelmente, o mais lindo do mundo.
Quando estamos à mesa, fazendo as refeições, lá está ele largadão, confortavelmente deitado ao nosso lado, imerso em seus pensamentos mais profundos que podem ser resumidos em comida, brincadeira, carinho, sono, passeio, necessidades fisiológicas e umas cachorras popozudas.
Eu ando com uma inveja danada (mas do Bem) dele. Tudo é tão simples. Sem maiores preocupações com trabalho, produtividade ou grana, sempre com gente paparicando, e sem nenhuma grande questão filosófica a açoitar a alma.
O uso da expressão “vida de cão” como uma vida árdua, difícil, precisa ser revisto. A gente sabe disso desde o “Rock da Cachorra”, do Eduardo Dusek, nos longínquos anos 1980: “...Tem muita gente por aí que está querendo levar uma vida de cão, eu conheço um garotinho que queria ter nascido pastor alemão...”
Pelo menos a vida dos cachorros da classe média – desde que tratados como cachorros mesmo e não como humanóides ou bibelôs de madame - é um vidão mesmo. Mas nada de lacinho, sapatinho, coleira de ouro, festinha de aniversário.
Só o basicão: ração na tigela e água fresca. E um cafunézinho, que sempre cai bem. Isso e alguém que me leve para passear. Tô precisando de férias.
Ou então vir cachorro na próxima “encadernação”.
Um comentário:
Que texto bom!
Verdade.
PR
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