quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Justa causa

Estavam juntos há algum tempo, aquele tempo em que relação faz a curva para deixar de ser paixão e virar amor ou nada. Tempo em que já se conhece o suficiente a outra pessoa, mas ainda falta algo que não se sabe o que é. Tempo em que tudo começa a cair na rotina, o que não é necessariamente ruim. Exceto no sexo.

Uma em cada cinco vezes em que transavam, ela não gozava. Não chegar lá sempre não a incomodava. Era como muitas outras mulheres e contentava-se com a intimidade, com os carinhos, com a presença carinhosa do companheiro e com o fato de ser capaz de deixá-lo excitadíssimo.

Ela estava sentada sobre ele, deitado. Estava de costas, de modo que ele pudesse olhar a sua bunda enquanto ela se movimentava. Era uma de suas posições favoritas, mas naquela noite, sabe-se lá porque, ela se desconcentrou do ato e olhou mais atentamente para os pés dele.

Aquelas unhas compridas eram simplesmente inaceitáveis!

Ela desejou mais do que nunca que ele terminasse rápido. Antes que o dia amanhecesse, ela pediu que fosse embora.

Nunca disse a ele a verdadeira razão, apesar de suas insistentes ligações nas semanas seguintes. Ela sabia que as unhas dos pés dele voltariam a crescer. Sempre e sempre.

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