Eu e o Tio Patinhas sabemos que a música mais linda é aquela tocada pelo dinheiro entrando no caixa, que casa de espetáculos é um negócio como outro qualquer – precisa dar lucro – e não pode se dar ao luxo de ter bom gosto musical.
Ainda assim, não deixa de doer quando a gente abre o jornal e vê a programação de março do Canecão, a mais tradicional sala de shows do Rio, inaugurada em 1967.
Hoje, tem Ricky Vallen, gravando DVD ao vivo (Santo Deus! O que é este ser?); depois tem Groundation, que segundo o anúncio é um dos maiores grupos de reggae da nova geração (então, tá, eu finjo que acredito, afinal, eu sou velho desinformado das novidades); na sequencia, teremos Alexandre Pires (o ex pagodeiro do Só Pra Contrariar que virou cantor romântico e cantou na Casa Branca para Bush); Zé Renato (veterano da MPB, respeito) e Tango-a-Tierra. (?!?!).
Para uma casa que está indissoluvelmente ligada à história da MPB, é muito pouco. E pensar que, além dos feitos por artistas nacionais, lá já rolaram shows internacionais antológicos, inesquecíveis, como Echo & The Bunnymen, no auge da forma em 1987, e Ramones (com direito a bomba de gás lacrimogênio, quem se lembra?).
É uma silenciosa decadência. Ou seria ruidosa, uma vez que a (boa) música mudou de endereço?
Video de estréia! | 13anosdepois
Há 9 anos
Um comentário:
Quem tem a viola pra se acompanhar não vive sozinho nem pode penar...
Nem tudo está perdido.
Ainda.
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