A rede americana de fast-food Burger King veiculou na Inglaterra uma campanha publicitária em que divulgava um desconto nos sanduíches com a seguinte frase: “One way ticket to Rio not necessary. You’ll feel like you’re robbing us” (algo como “Não é necessária uma passagem só de ida para o Rio. Você vai se sentir como se estivesse nos roubando”).
De acordo com sites britânicos, a intenção era fazer uma brincadeira com a história do inglês Ronald Biggs que em 1963 participou do célebre assalto ao trem pagador e fugiu para o Rio, onde viveu por quase 30 anos até ser extraditado.
A campanha é de péssimo gosto, e quase tão ruim como a junkie food que a rede comercializa. Mas ninguém pode acusá-la de ser propaganda enganosa. O Rio é mesmo um paraíso para os fora-da-lei, sejam os “de fabricação caseira”, sejam os “importados”. Não é qualidade exclusiva do Rio, o Brasil todo é praticamente uma terra sem lei, onde a impunidade dos vigaristas afronta os homens de bem.
Washington Olivetto decidiu tomar as dores do Rio, candidato a sede das Olimpíadas de 2016, e revidar com um anúncio publicado hoje. O texto do anúncio diz: “Praia. Céu azul. Pessoas felizes. Para quem mora no Rio, nunca passou pela cabeça comprar uma passagem só de ida para Londres”. Quem assina é a Ediouro Publicações. “Há 70 anos amando e respeitando o Rio de Janeiro. E o Brasil.”
Isso sim é propaganda enganosa. Basta ver a quantidade de pessoas que nas últimas décadas decidiu emigrar e tentar melhor sorte na terra da Rainha Elizabeth. Se me dessem um bom emprego por lá, eu compraria feliz uma passagem só de ida para a cinzenta Londres.
No mais, esse patriotismo/bairrismo é uma infantilidade. Como diria o bardo William, “much ado about nothing.” Muito barulho por nada.
Deus salve a Rainha. E eu não estou nem aí para o Rei. Entre o King e o McDonald’s, eu fico mesmo é com o Bob’s e seu imbatível shake de Ovomaltine
Um comentário:
Curioso que os ingleses não lembraram do Jean Charles, que eles mataram por engano...
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