sábado, 16 de maio de 2009

Música para os olhos



Desde a revolução provocada pelo advento da MTV, pelos clipes do Duran Duran e do Michael Jackson, na remota década de 1980, a gente sabe que música não é mais só para ouvir. É para ver também.

Ênfase no “também”: ouvir e ver, também. Música não é arte visual, não pode ser exclusivamente para ser vista.

Eu li com estes olhos que a terra um dia há de comer que nesta semana, em São Paulo, lançaram um grupo sexual, digo musical, chamado Sexy Dolls. Integrado por três das principais atrizes do cinema pornô nacional: Júlia Paes (não confundir com a Juliana do mesmo sobrenome), Sabrina Boing Boing (uma loura com assustadores peitos turbinados XXL) e Carol Miranda (esta tem pedigree, é sobrinha da Gretchen).

Musicalmente, o grupo é uma tremenda picaretagem, embora as três garantam ótima performance ao microfone. Visualmente, é um banquete de peitos siliconados, mega bundas, e muitas celulites gritando desesperadas pelas generosas frestas das roupas curtas e justas. As cantoras (sic) se apresentam vestindo trajes sumários de couro e vinil, e estimulam o fetiche com coreografias praticamente eróticas. Pura apelação caça-níqueis.

Não vão vender nem um disco, nem um mísero download. Mas vão arrastar uns marmanjos para os seus shows. Que, com alguma sorte, podem acabar em strip-tease.
Na bilheteria, vou levar minha carteirinha, e perguntar: “Moça, quanto é a meia-entrada?”

Quem se importa com a música?

Como canta Don McLean em American Pie, a música morreu em 1959, quando caiu o avião que transportava Buddy Holly e Ritchie “La Bamba” Valens.

Nenhum comentário: