segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Surrealismo à carioca

Foto: Leandro Wirz



Cena carioca. Local: Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul. Quando: Dezembro, domingo de mormaço, final da tarde.

Personagem 1: Balzaquiana pedala na ciclovia da Lagoa, faz a linha esportista, bem cuidada, nenhuma pinta de dondoca metida a besta.

Personagem 2: Vendedor estaciona sua carrocinha de churros, ou milho, ou tapioca ou pipoca (na pressa, não observei) em plena ciclovia. Em um trecho estreito.

Personagem 3: Família (casal de meia idade, mais um idoso e dois jovens) caminha pela ciclovia lentamente. Muito lentamente. E todos lado a lado. Praticamente fecham a passagem. Pelas roupas, estilos e modo de andar na ciclovia aparentam não fazer isso com freqüência. Parecem ter vindo de longe para ver a árvore da Natal que flutua nas águas da Lagoa.

O fato: a ciclista educadamente freia, pede licença, passa bem devagar e roça o guidão sem querer no braço do idoso. O vendedor de churros ou milho ou tapioca ou pipoca reclama:
“- Devia ser proibido pedalar aqui!.”

Como assim, meu amigo?! Proibido devia ser você estacionar sua carrocinha na ciclovia. Aliás, é proibido. Mas no Rio de Janeiro de hoje, o que se diz é: “Ilegal, e daí?”

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