Manuel Bandeira, Por Cândido Portinari
Li hoje cedo que a eleição da Mala do Ano, promovida pela mala hors-concours Artur Xexéo, teve a atriz Luana Piovani como vencedora. Entre tapas e beijos, performances no palco e principalmente fora deles, não se pode dizer que a escolha da bela fera pelos leitores daquele colunista tenha sido injusta.
Seja como for, Luana está em ótimo ensaio fotográfico sensual na revista VIP, edição de janeiro de 2009, e já nas bancas.
Há quem diga que poesia é coisa de mala. Até eu, que sou poeta, às vezes me vejo obrigado a concordar. Mas não neste caso.
As fotos de Luana na revista estão muitíssimo bem acompanhadas por poema de Manuel Bandeira, Madrigal Melancólico.
Para ilustrar este texto escolhi, não uma foto de Luana, mas do poeta, retratado quando jovem por Portinari.
Seja como for, Luana está em ótimo ensaio fotográfico sensual na revista VIP, edição de janeiro de 2009, e já nas bancas.
Há quem diga que poesia é coisa de mala. Até eu, que sou poeta, às vezes me vejo obrigado a concordar. Mas não neste caso.
As fotos de Luana na revista estão muitíssimo bem acompanhadas por poema de Manuel Bandeira, Madrigal Melancólico.
Para ilustrar este texto escolhi, não uma foto de Luana, mas do poeta, retratado quando jovem por Portinari.
Madrigal Melancólico, de Manuel Bandeira
O que adoro em ti
não é a tua beleza.
O que adoro em ti
não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade e incerteza.
O que adoro em ti
não é a tua inteligência,
O que adoro em ti
não é a tua inteligência,
não é o teu espírito sutil,
tão ágil, tão luminoso
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Nem é a tua ciência
do coração dos homens e das coisas.
O que adoro em ti
não é a tua graça musical,
sucessiva e renovada a cada momento,
graça aérea como teu próprio pensamento.
Graça que perturba e satisfaz.
O que adoro em ti
O que adoro em ti
não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E nem meu pai.
O que adoro em tua natureza
Não é a irmã que já perdi.
E nem meu pai.
O que adoro em tua natureza
não é o profundo instinto maternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que adoro em ti, é a vida.
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