Foto: Leandro Wirz
“Sonha o que queres sonhar, vai onde queres ir, concretiza o que queres ser, simplesmente desfruta ao máximo o que estiver no seu caminho.”
Um mar de coisas importantes aconteceu neste ano. O assunto mais comentado foi a crise econômica mundial, deflagrada a partir das tais hipotecas subprime norte-americanas. Em 2009, ainda vai se falar muito dela.
Felizmente, o mulato sarado Barack Obama foi eleito para a Casa Branca, trazendo novas esperanças para boa parte do mundo. George W.Bush, em seu ocaso, quase levou uma sapatada, mas o jornalista iraquiano era ruim de mira. Fidel Castro ainda não morreu. Nicolas Sarkozy continuou sorridente (com a Carla Bruni é fácil...). A libertação de Ingrid Betancourt, somada à morte de líderes importantes, enfraqueceu as Farc colombianas. Chávez e Morales continuaram sua coreografia do atraso.
O terrorismo continuou brutal, selvagem, injustificável e burro como sempre.
Na última semana do ano, israelenses voltaram ao confronto com palestinos na faixa de Gaza.
Milhões de pessoas continuaram a se contaminar com o vírus da Aids, principalmente na África, por falta de políticas públicas de saúde decentes, por falta de informação e por irresponsabilidade.
No Brasil, de maneira geral, o Executivo e o Legislativo continuaram fazendo vergonha. Para ficar no exemplo mais recente, a criação de mais sete mil cargos de vereadores. O Supremo Tribunal Federal autorizou as pesquisas científicas com células-tronco. Um belo avanço em direção à modernidade. Mas ainda falta liberar o aborto, a eutanásia, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Lula continuou muito popular e falando também algumas bobagens populares. A classe média continuou a sifu. O prefeito César Maia só fez escrever no seu blog e construir sua pirâmide, a absurdamente supérflua Cidade da Música. Sérgio Cabral continuou viajando ao exterior e Aécio Neves continuou indo às melhores festas. Metade do Rio de Janeiro votou certo. E Gabeira quase se elegeu prefeito.
O Rio de Janeiro foi assolado por outra epidemia de dengue, causada tanto pela incompetência das autoridades, quanto pela falta de consciência da população que permanece criando condições para a proliferação do mosquito.
As ruas da cidade continuaram sendo ótimas pistas de rally.
Em Santa Catarina, a tragédia das enchentes e dos desmoronamentos nos lembrou como os homens podem ser solidários para superar as dificuldades e inescrupulosos a ponto de furtar donativos destinados às vítimas.
A lista de crimes hediondos que comoveram o País foi extensa: Isabella Nardoni; Eloá de Santo André; o menino João baleado pela polícia dentro do carro; soldados do Exército que entregaram uns rapazes para a quadrilha de traficantes da favela rival; o austríaco psicopata que manteve a filha em cativeiro por décadas e ainda a estuprava sistematicamente gerando filhos/netos. Que as vítimas descansem em paz e os culpados sejam punidos.
Falou-se exaustivamente dos 50 anos da Bossa-Nova e dos 40 anos do AI-5, que cerceou dramaticamente as liberdades individuais no Brasil durante os anos da ditadura militar.
Na música, Madonna veio ao Brasil de novo e arrasou, Roberto Carlos cantou com Caetano Veloso; os Los Hermanos deram um tempo e a Mallu Magalhães, com seu folk naif e chatinho virou cult. As bandas emo, especialmente aquelas com irritante sotaque paulista, continuaram a fazer sucesso entre os jovens de pouco Q.I. Amy Winehouse continuou bebendo litros de álcool e se drogando em quantidades industriais, para tristeza dos apreciadores da boa música e alegria dos tablóides sensacionalistas. Mas terminou o ano livre da droga do marido e pegando um base..., quero dizer, bronzeado no Caribe. Britney Spears transformou sua via crucis em Circus, seu novo álbum, e deu a volta por cima, por enquanto. Michael Jackson continuou esquisitão. Rihanna confirmou que veio para ficar. O rap norte americano continuou dominando o topo da lista de mais vendidos e propagando valores morais edificantes, na linha de “eu sou o cara, eu sou o melhor, eu tenho jóias, eu tenho carrões, eu compro o que quiser, eu adoro garotas gostosas, safadas e de bunda grande (tipo a da Beyoncé), eu tenho muitas mulheres, eu sou rico e você é um nada, um looser.” Altamente educativo.
A mídia deu espaço em excesso para celebridades e respectivos satélites: Luana Piovani, Dado Dolabella, Belo, Gracyanne, Viviane Araújo, Suzana Vieira, Marcelo Silva, Juliana Paes, Mulher Melancia e mais um monte de nomes que estou fazendo esforço para esquecer, apesar do bombardeio dos sites, jornais e revistas.
A programação dos canais abertos da televisão brasileira continuou abaixo da crítica.
O filme Meu nome não é Johnny foi o grande sucesso nacional de público, confirmando o talento de Selton Mello. Falando nisso, Selton, Lázaro Ramos, Wagner Moura e Matheus Nachtergaele firmam-se, a cada trabalho, como atores excepcionais.
O São Paulo foi tricampeão brasileiro, demonstrando que administração profissional e regularidade são ingredientes poderosos para a conquista de resultados. Eurico Miranda finalmente largou o osso da presidência do Vasco. O Fluminense deixou a Taça Libertadores escorrer entre as chuteiras. O Flamengo continuou sendo mais um balcão de compra e venda de jogadores do que propriamente um time de futebol. Ronaldo (uma vez Fenômeno,...) foi flagrado com três travestis em situação constrangedora. E terminou o ano driblando o Flamengo e indo jogar no Corinthians, que subiu da Segundona.
Lewis Hamilton foi o primeiro negro campeão mundial de Fórmula 1. Felipe Massa foi vice, e confirmou que pode dar mais alegrias aos torcedores brasileiros, carentes de bons resultados desde que Senna foi correr em pistas mais elevadas.
2008 foi também o ano dos Jogos Olímpicos na China, país que no campo político, não tem nenhum espírito esportivo. Méritos para César Cielo e Maureen Maggi e outros medalhistas brasileiros. Que grande pena a perda da medalha para Diego Hypólito que fez tudo perfeito até os instantes finais de sua apresentação no solo. Injustiça dos deuses do Olimpo.
Claro que outras coisas muito importantes aconteceram neste ano que se encerra, mas eu não lembro de todas. Nem quero.
Melhor é olhar para frente. Seguir adiante. Conduzir a própria vida, a partir das escolhas que fazemos.
Felizmente, o mulato sarado Barack Obama foi eleito para a Casa Branca, trazendo novas esperanças para boa parte do mundo. George W.Bush, em seu ocaso, quase levou uma sapatada, mas o jornalista iraquiano era ruim de mira. Fidel Castro ainda não morreu. Nicolas Sarkozy continuou sorridente (com a Carla Bruni é fácil...). A libertação de Ingrid Betancourt, somada à morte de líderes importantes, enfraqueceu as Farc colombianas. Chávez e Morales continuaram sua coreografia do atraso.
O terrorismo continuou brutal, selvagem, injustificável e burro como sempre.
Na última semana do ano, israelenses voltaram ao confronto com palestinos na faixa de Gaza.
Milhões de pessoas continuaram a se contaminar com o vírus da Aids, principalmente na África, por falta de políticas públicas de saúde decentes, por falta de informação e por irresponsabilidade.
No Brasil, de maneira geral, o Executivo e o Legislativo continuaram fazendo vergonha. Para ficar no exemplo mais recente, a criação de mais sete mil cargos de vereadores. O Supremo Tribunal Federal autorizou as pesquisas científicas com células-tronco. Um belo avanço em direção à modernidade. Mas ainda falta liberar o aborto, a eutanásia, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Lula continuou muito popular e falando também algumas bobagens populares. A classe média continuou a sifu. O prefeito César Maia só fez escrever no seu blog e construir sua pirâmide, a absurdamente supérflua Cidade da Música. Sérgio Cabral continuou viajando ao exterior e Aécio Neves continuou indo às melhores festas. Metade do Rio de Janeiro votou certo. E Gabeira quase se elegeu prefeito.
O Rio de Janeiro foi assolado por outra epidemia de dengue, causada tanto pela incompetência das autoridades, quanto pela falta de consciência da população que permanece criando condições para a proliferação do mosquito.
As ruas da cidade continuaram sendo ótimas pistas de rally.
Em Santa Catarina, a tragédia das enchentes e dos desmoronamentos nos lembrou como os homens podem ser solidários para superar as dificuldades e inescrupulosos a ponto de furtar donativos destinados às vítimas.
A lista de crimes hediondos que comoveram o País foi extensa: Isabella Nardoni; Eloá de Santo André; o menino João baleado pela polícia dentro do carro; soldados do Exército que entregaram uns rapazes para a quadrilha de traficantes da favela rival; o austríaco psicopata que manteve a filha em cativeiro por décadas e ainda a estuprava sistematicamente gerando filhos/netos. Que as vítimas descansem em paz e os culpados sejam punidos.
Falou-se exaustivamente dos 50 anos da Bossa-Nova e dos 40 anos do AI-5, que cerceou dramaticamente as liberdades individuais no Brasil durante os anos da ditadura militar.
Na música, Madonna veio ao Brasil de novo e arrasou, Roberto Carlos cantou com Caetano Veloso; os Los Hermanos deram um tempo e a Mallu Magalhães, com seu folk naif e chatinho virou cult. As bandas emo, especialmente aquelas com irritante sotaque paulista, continuaram a fazer sucesso entre os jovens de pouco Q.I. Amy Winehouse continuou bebendo litros de álcool e se drogando em quantidades industriais, para tristeza dos apreciadores da boa música e alegria dos tablóides sensacionalistas. Mas terminou o ano livre da droga do marido e pegando um base..., quero dizer, bronzeado no Caribe. Britney Spears transformou sua via crucis em Circus, seu novo álbum, e deu a volta por cima, por enquanto. Michael Jackson continuou esquisitão. Rihanna confirmou que veio para ficar. O rap norte americano continuou dominando o topo da lista de mais vendidos e propagando valores morais edificantes, na linha de “eu sou o cara, eu sou o melhor, eu tenho jóias, eu tenho carrões, eu compro o que quiser, eu adoro garotas gostosas, safadas e de bunda grande (tipo a da Beyoncé), eu tenho muitas mulheres, eu sou rico e você é um nada, um looser.” Altamente educativo.
A mídia deu espaço em excesso para celebridades e respectivos satélites: Luana Piovani, Dado Dolabella, Belo, Gracyanne, Viviane Araújo, Suzana Vieira, Marcelo Silva, Juliana Paes, Mulher Melancia e mais um monte de nomes que estou fazendo esforço para esquecer, apesar do bombardeio dos sites, jornais e revistas.
A programação dos canais abertos da televisão brasileira continuou abaixo da crítica.
O filme Meu nome não é Johnny foi o grande sucesso nacional de público, confirmando o talento de Selton Mello. Falando nisso, Selton, Lázaro Ramos, Wagner Moura e Matheus Nachtergaele firmam-se, a cada trabalho, como atores excepcionais.
O São Paulo foi tricampeão brasileiro, demonstrando que administração profissional e regularidade são ingredientes poderosos para a conquista de resultados. Eurico Miranda finalmente largou o osso da presidência do Vasco. O Fluminense deixou a Taça Libertadores escorrer entre as chuteiras. O Flamengo continuou sendo mais um balcão de compra e venda de jogadores do que propriamente um time de futebol. Ronaldo (uma vez Fenômeno,...) foi flagrado com três travestis em situação constrangedora. E terminou o ano driblando o Flamengo e indo jogar no Corinthians, que subiu da Segundona.
Lewis Hamilton foi o primeiro negro campeão mundial de Fórmula 1. Felipe Massa foi vice, e confirmou que pode dar mais alegrias aos torcedores brasileiros, carentes de bons resultados desde que Senna foi correr em pistas mais elevadas.
2008 foi também o ano dos Jogos Olímpicos na China, país que no campo político, não tem nenhum espírito esportivo. Méritos para César Cielo e Maureen Maggi e outros medalhistas brasileiros. Que grande pena a perda da medalha para Diego Hypólito que fez tudo perfeito até os instantes finais de sua apresentação no solo. Injustiça dos deuses do Olimpo.
Claro que outras coisas muito importantes aconteceram neste ano que se encerra, mas eu não lembro de todas. Nem quero.
Melhor é olhar para frente. Seguir adiante. Conduzir a própria vida, a partir das escolhas que fazemos.
“Sonha o que queres sonhar, vai onde queres ir, concretiza o que queres ser, simplesmente desfruta ao máximo o que estiver no seu caminho.”
Bom caminhar em 2009.
ps 1: o título deste texto é um dos principais bordões do CQC, um oásis de inteligência na grade de programação das TVs brasileiras. Toda segunda, às 22h, na Band.
ps 2.: considerando que, em função da crise econômica mundial, 2008 é um ano que não vai deixar saudade para muita gente, outro título possível seria “É o beijo de despedida, cachorro!”, frase gritada por Muntazer Al-Zadi, repórter iraquiano que atirou o sapato em Bush.
ps 1: o título deste texto é um dos principais bordões do CQC, um oásis de inteligência na grade de programação das TVs brasileiras. Toda segunda, às 22h, na Band.
ps 2.: considerando que, em função da crise econômica mundial, 2008 é um ano que não vai deixar saudade para muita gente, outro título possível seria “É o beijo de despedida, cachorro!”, frase gritada por Muntazer Al-Zadi, repórter iraquiano que atirou o sapato em Bush.
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