quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sem GPS

A loura nos abordou numa esquina com acentuado sotaque nordestino:


- Brasileiros?

- Sim. Respondemos, eu já com certo receio de ter dado a resposta errada.

- Mas brasileiros mesmo? Insistiu ela como se houvesse gente de outras nacionalidades em “Brasiloche”. Mal há argentinos por lá.

- Sim. Repetimos.

- É que eu estava andando com meu noivo e me perdi dele...

- Hã?! Como assim?!

Não fizemos o teste do bafômetro, mas eram 11h da manhã e posso lhes assegurar que ela estava sóbria.

- Eu estava andando, olhando as coisas, me distraí e a gente se perdeu um do outro.

Minha mulher, boa samaritana, tentou ajudar.

- Você não sabe em que hotel você está?

- Não. Quer dizer, eu sei qual é, mas não sei o nome da rua, nem do hotel...

- Um ponto de referência, um restaurante talvez.

- Ah, tem. O fondue.

Até a santa da minha mulher já estava perdendo a paciência.

- Mas quase todos os restaurantes de Bariloche servem fondue. Você não sabe o nome?

- Não...

- Olha só, para não desencontrar de novo, é melhor você ficar por aqui, perto de onde vocês estavam. Ele também deve estar te procurando.

Na boa, se fosse eu o noivo, não estaria procurando, não. Estaria feliz da vida num táxi rumo ao aeroporto.

3 comentários:

Deborah disse...

Vcs não perceberam um leve sotaque lusitano durante a conversa, não? hahaha

Anônimo disse...

Adorei essa história. Sempre me divirto muito com gente burra.
Wagner

Rose Araujo disse...

Isso é ótimo!!!!
:)