terça-feira, 2 de novembro de 2010

Última parada (em um futuro longínquo)

Sem nenhum demérito ao jazigo familiar no Cajú, o cemitério carioca com nome de fruta tropical, onde serei deitado na boa companhia dos Wirz que me antecederem (sem pressa, pessoal! Há lugar para todos), eu quero ser enterrado em Berlim.


Não é nem por conta do calor que faz por aqui. A Morte mantém sempre o ar condicionado ligado. Mas eu não vou estar em condições de sentir nada mesmo.

Enterrado em Berlim. Precisamente em Friedhofspark Pappelallee, que traz na porta a seguinte inscrição: “Viva agora, bem e com beleza, pois não há o outro lado e nem ressurreição.” Embora se equivalham em realismo, a inscrição alemã é bem mais simpática do que o “Revertere ad locum tuum” que está na porta do Cajú, né não?

4 comentários:

Unknown disse...

Anotado.

Mirelle Matias disse...

Que dor de cabeça pra Dona Tereza hein?

Anônimo disse...

rapaz, certa a mirelle, você vai dar um trabalhão. faz o seguinte: doa o que for possível de órgãos (duvido do fígado), crema o que sobrar, já que você é como eu, descrê do além. e para com esse papo de transportar a carcaça para berlim, meu chapa. vai ser só isso mesmo, ossos e vísceras, alimento pros vermes. eita, papo ruim, hein? vamos falar de outra coisa. abraço. paulopaniago

Leandro Wirz disse...

Paniago, acho que não vai dar para aproveitar nem o fígado, nem os pulmões. Tenho me esforçado para isso. rsrsrs
Vou doar o resto e o que não prestar é melhor mesmo que se creme.
Só não entreguem minhas cinzas para o Keith Richards cheirar. Sim, ele ainda deve estar vivo daqui a uns 50 anos...