Eu sou um caminhante. Não apenas porque gosto, mas porque tenho um cachorro grande e ele precisa de exercícios diários.
Outra vantagem é que flanar pelas trilhas urbanas costuma render pauta para cronistas (desins)pirados como este que vos digita estas mal traçadas. Ainda mais em Copacabana, bairro repleto de velhos, putas, putos velhos e figuraças em geral.
Hoje cedo, topei com um sujeito que já vi outras vezes por ali lendo as manchetes nos jornais pendurados na banca. Apesar da barba grisalha, é jovem demais para ser aposentado e largado demais para estar empregado. Está sempre de bermuda, chinelos e tem aquele hábito terrível de usar a camisa desabotoada no peito, até onde começa o pronunciado barrigão de chopp.
Bem, o cara estava com um cotonete enfiado no ouvido esquerdo. Ou seja, é louco, mas é limpinho. O objeto parecia esquecidão lá, mas não se pode descartar outras hipóteses: o sujeito não quer ouvir os ruídos do mundo? Ele ia dar um mergulho na praia e supôs que assim evitaria que entrasse água?
Cogitei avisá-lo, mas temi a reação. Ele poderia não gostar e esbravejar. Mas pior ainda seria se quisesse pegar amizade e puxar conversa toda vez que nos encontrássemos.
Deixei quieto. Punks já espetaram alfinetes nas orelhas, moderninhos usam piercings. Vai que o cotonete é tendência fashion para o verão?
Video de estréia! | 13anosdepois
Há 9 anos
3 comentários:
hahahah! se for, o Léo esta sempre na moda, pq ô pessoa pra gostar de um cotonete viu? a minha sorte é que ele não sai com o cotonate pendurado na orelha...
Leonardo, bem se vê que vc não está acompanhado o movimento das marés.
Leia o post "Mudanças demais", de 19 de outubro.
Abraço
você tem texto ótimo, não sei porque insiste em fazer de conta que não é cronista ignorando o potencial de conversar com esses malucos que aparecem na sua frente. e malucos cariocas, que parecem pertencer a um gênero todo especial de malucos. aproveita, rapaix. cai no mundo, brô.
paulopaniago
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