Há algumas semanas, o caderno de entretenimento do Le Figaro, divulgou o resultado de uma pesquisa com os leitores para escolher quem representa “o ápice do chique, a classe urbana e a incontestável elegância da mulher parisiense”.
A vencedora foi a ex-modelo Inès de La Fressange, durante anos o rosto da Channel. Depois, na sequencia, as atrizes Emma de Caunes, Chiara Mastroianni (que tem nome lindo e respeitável pedigree, filha de Marcelo Mastroianni e Catherine Deneuve), e Valérie Lemercier. A cantora e primeira-dama Carla Bruni amargou um mero 5º lugar.
Tudo isso é uma bobagem, claro, mas um detalhe me chamou a atenção. De acordo com o caderno, a vencedora deveria ser “urbana, curiosa, rebelde, contraditória, elegante, apaixonante e culta”. Peraí. “Contraditória”?! Desde quando ser contraditório é atributo de elegível? Eu me perdi ou antes a gente apreciava a coerência?
Pensando bem, é isso mesmo. Somos todos metamorfoses ambulantes, radicais até mudar de idéia. Esquece a velha opinião formada sobre tudo e toca Raul! “Quem mergulha em si mesmo só encontra contradições”, quem foi mesmo que disse isso? Não sei, mas da hora em que acordo até o momento em que me deito, eu tenho um monte de contradições.
No mais, sempre me interessou a utilidade do fútil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário