Estávamos no Centro de Estudos Acadêmicos Avançados de Filosofia do Buteco, discutindo o já célebre conceito de
pegabilidade, desenvolvido pelo meu amigo G, homônimo ao tal ponto.
Além das aulas de dança de salão e culinária, elencávamos o que mais poderia enriquecer nossos currículos e aumentar nosso valor de mercado. Homens e mulheres palpitavam e durante o brainstorm etílico foram saindo sugestões como:
- se vestir bem, de maneira casual e descolada (tira o terno, "que eu quero vc sério");
- fazer exercícios físicos, cuidar da saúde e da aparência (sem metrossexualidades);
- ter pouca barriga (nem precisa ser abdômen tanquinho tipo assim, o meu, onde dá pra contar os gominhos de chopp);
- aprender a tocar um instrumento musical (violão, sax ou gaita, na lista de preferências);
- gostar de fazer programas culturais de vez em quando (“velozes e furiosos” não conta);
- ter um cachorro (E é melhor se o seu for grande e esperto. Ah, poodle não é cachorro);
- usar a aliança no anelar esquerdo (é uma espécie de certificado de qualidade, produto já testado e aprovado. Por outro lado, a aliança no anelar direito é desabonadora. Quem ainda fica noivo hoje em dia, pelamordideus?!)
Dinheiro é hors-concours para aumentar a pegabilidade. É afrodisíaco natural. “Um amor e uma cabana” só funciona se a cabana for um bangalô sobre palafitas numa praia paradisíaca da Polinésia. Mesmo assim, só até bater a crise de abstinência de shopping.
E enquanto a gente ficava bobamente na teoria, na mesa em frente um casal ia ao que interessa e se pegava para valer. Como só se pegam em público aqueles que estão ficando juntos pela primeira, no máximo, segunda vez.