segunda-feira, 21 de junho de 2010

A chance de ficar calado

Bastou eu elogiar a seleção da Alemanha que ela perdeu para os conterrâneos do Pet. Ainda bem que, pelo menos, as torcedoras da Dinamarca continuam com tudo em cima. Ô boca! Acho que vou elogiar a Argentina agora. Ou Portugal, que hoje meteu sete na Coreia do Norte e na sexta encara a filial.

O Brasil não deu as costas para o marfim e venceu quase convencendo. Já dá para usar verde e amarelo em tons mais vivos e não pastéis. O time do Drogba foi uma decepção. Jogaram pouco e bateram muito.

O Fabuloso Luiz Fabiano fez um golaço, mas usou o braço e eu não gosto de gol roubado nem do Flamengo contra o Vasco, que dirá da Seleção. Já o Kaká não usou o braço, mas deveria. Se era para ser expulso, que fosse merecidamente. Aliás, por que na coletiva nenhum jornalista perguntou ao Dunga por que não tirou o Kaká depois dele ter tomado o primeiro cartão amarelo e a expulsão ser iminente?! O marfinense que se jogou no campo, levando as mãos ao rosto, está concorrendo ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Com relação ao Elano, eu, que nunca fui a favor da sua convocação, dou a mão a palmatória.

O Dunga bancou o Zangado na entrevista após o jogo e interpelou, cheio de marra, um jornalista, além de balbuciar palavrões. Uma atitude pequena. Ou melhor, anã. Cala a boca, Dunga e, claro, cala a boca, Galvão. Aliás, por qué no te callas, Chávez?

Dito isso, me calo. Não sem antes lamentar a derrota da Suíça para o Chile.

E não sem abominar as vuvuzelas. Acredito piamente que barulho e falta de inteligência caminham juntos. O que leva esses sujeitos que não passaram da fase oral a ficar fazendo um esporro horroroso no ouvido das pessoas civilizadas?! Há um componente sadô-masô em tocar a vuvuzela. Qual é a graça dessa imbecilidade? Diz aí, meu caro vizinho. Ou melhor, cala a...

5 comentários:

Mirelle Matias disse...

Eu até tinha o que dizer, mas vou seguir o seu conselho e ...

Leandro Wirz disse...

Ô Mirelle, se acanhe não. Diz aí...

Diego Werneck disse...

Camarada, até o penúltimo parágrafo concordava e me divertia - como sempre - com a sua crônica, mas não podia me furtar a criticar o seu desfecho nesse texto.
O trecho final, no qual você se referiu aos "sujeitos qua não passaram da fase oral e ficam fazendo esporro no ouvido das pessoas civilizadas" altamente facista.
Também abomino as tais vuvuzelas, que penso só servirem para poluir sonoramente o maior e mais bonito espetáculo do planeta. Mas isso não justifica creditarmos um ato a princípio, inclusive, com um objetivo nobre, de festa e animação dos jogos, ao povo local - ou seja lá a quem você se referia especificamente.
Pensemos que, daqui a quatro anos, estaremos nós, tupiniquins, sediando a Copa, e que podemos igualmente ser estigmatizados, por um motivo qualquer, de ser de "terceiro mundo", ou um bando de indíos, como gostam de nos apelidar os ditos "países desenvolvidos".
Think about it, buddy!
Abraços

Leandro Wirz disse...

Diego, a frase não teve a menor conotação racista, anti-africana ou preconceituosa. Os manés que sopram vuvuzelas são de todas as etnias e nacionalidades, inclusive os malas dos meus vizinhos, já antecipando o martírio em 2014. A fase oral a que me referi está associada à infância. E essa barulheira insana é uma enorme infantilidade, no mau sentido que às vezes essa palavra tem. As pessoas civilizadas não são necessariamente brancos, europeus, colonizadores. O que eu quis dizer por pessoas civilizadas são todas aquelas que têm educação e não corneteiam no ouvido alheio. Lamento que o texto tenha dado a uma interpretação tão distante da minha intenção. Valeu o toque, que me deu a oportunidade de esclarecer o que soou mal (como uma vuvuzela) para você e, quem sabe, outros leitores.

Diego Werneck disse...

Agora sim, professor, tudo esclarecido e bem explicado.
Realmente minha primeira leitura foi aquela, e soou mal. Mas entendi a conotação.
Valeu!
Abç