Moby em show no Rio, 24/4/2010. Foto: Leandro Wirz
O nome da turnê de Moby é “Wait for me”, referência ao seu mais recente trabalho. O nome revelou-se também muito apropriado, não pelos cinco anos que separaram esta da sua última passagem pelo Brasil, mas pelo atraso. Moby pisou o palco do Citibank Hall no Rio 1h50 depois do horário marcado, quando a platéia já manifestava irritação.
Cinema começa no horário, teatro começa no horário, dança começa no horário, porque em shows alguns artistas têm que bancar a prima donna e desrespeitar o público?!
Felizmente, enquanto o Seu Moby não vinha, dava para me distrair com a fauna local, bem mais interessante do que no show do Simply Red, na noite anterior. Muita gente bonita, descolada e com estilo em todas as configurações possíveis de casais. Faixa etária dos 28 aos 45 anos. Baladinha bacana de balzacos.
Ao show: em suma, puta show!!! Moby optou por fazer uma apresentação na linha the best of e não calcada no último álbum. Ou seja, “Everytime you touch me”, “Bodyrock”, “Honey”, “Porcelain”, “Southside”, “We are all made of stars” “Lift me up” (no segundo bis), etc.
A sempre comovente “Why does my heart feel so bad?” foi gentilmente dedicada às vítimas das enchentes no Rio. E depois de anunciar a “sexy slow song”, Moby mandou a vigorosa “Flower”, da trilha do filme “60 Seconds”. “Disco Lies” veio em meio a uma sequência de três canções disco, porque “today is Saturday night”.
No quesito covers, as escolhas foram ótimas: “Rain of fire”, de Johnny Cash, ligeiramente prejudicada por uma bossa nova beat no final; e “Whola lotta love”, do Led Zeppelin no primeiro bis. Falta mesmo eu só senti de “Slipping away”, do álbum “Hotel”, que adoro no original e mais ainda na versão dueto em espanhol (“Escapar”) com Amaral.
Além de Moby (voz, guitarra e percussão), o único homem é o baterista, também de cabeça raspada como ele. A banda é compacta, com violinista, baixista (gaúcha, tchê), e tecladista e cantora que em alguns números invertiam as posições. A principal vocalista, meu Deus, um assombro! Extraordinária!
O show durou 1h45, quase o mesmo tempo do atraso. Valeu (e muito) a espera, mas o show só não leva nota 10 por conta dessa falta de educação inicial.