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Enfim, aderi ao Twitter. Inevitável. E o que vou fazer lá? Exercitar meu poder de síntese e nos regulamentares 140 caracteres espalhar versos soltos, aforismos, frases de efeito, truísmos tortos, comentários oportunos, piadinhas, poeminhas, microcontos, e, claro, anunciar textos novos lançados neste mar de coisa ou publicados no meu blog de poemas, o leandrowirz.blogspot.com
Então, me acompanha lá também.
Eu sou novela.
Frank Sinatra, "The voice", estava sempre acompanhado de um cigarro. Certa vez, respondendo aos malas da patrulha anti-tabagista que já havia em outras épocas, declarou que iria "parar de fumar...no banho".
Bem, eu não vou tuitar como Sinatra fumava.
Falando nisso, estou há três reveillons sem fumar. Não sei se suporto outros três assim. Diariamente, sinto saudades do meu melhor amigo. Ainda que ele seja um Judas.
Sem cigarro, sinto-me quase uma contradição. A pessoa que eu sou fuma.
O que você está fazendo agora? Não foi para compartilhar essa nem sempre preciosa informação que o Twitter foi criado? Claro que seu uso foi depois disseminado e ampliado, e hoje serve a propósitos bem distintos. Infla egotrips, espalha poesia, é ferramenta de comunicação corporativa, avisa a última fornada de pão quentinho ou onde tem blitz da Operação Lei Seca.
Mas um americano chamado Dana Hanna levou o hábito (ou vício) de tuitar às últimas conseqüências.
Na hora em que o pastor deu a benção final no seu casamento – e antes de beijar a noiva! – o noivo sacou o seu celular com conexão à Internet, tuitou o seguinte: “Standing at the altar with@TracyPage where just a second ago, she became my wife! Gotta go, time to kiss my bride”. E assinou The Software Jedi. Aproveitou e também atualizou o estado civil no Facebook. Fez isso do altar, para gargalhada geral dos convidados e do pastor, o único com quem ele havia combinado previamente a brincadeira.
Tamanho empenho e apreço pelo mundo virtual pode causar certos constrangimentos na lua-de-mel. Mas isso é problema deles. E, provavelmente, o mundo saberá pelo twitter, como estão indo as coisas. Se você receber um “yes! yes! oh yeah!, fuck me baby! yes” e na seqüência um “aaaaaaahhhhhhhhhhh”, não se assuste, você pode imaginar o que é.
A brincadeira do gaiato tuiteiro talvez tenha sido mais uma ironia sobre a superestimada importância que temos dado às nossas vidas no ambiente virtual, às vezes, em detrimento do real. Será que agora, ao invés de trocar alianças de metal, concreto, nós vamos trocar estados civis na esfera pública virtual? E que será dessa forma que avisaremos ao rol de pretendentes que foram finalmente preteridos(as)? Até a próxima atualização.
Por uma questão de coerência, claro que o vídeo do casamento está no Youtube. Nunca foi tão fácil ser penetra em um casamento.
“Muito trabalho na semana, ainda bem que é domingo. Amanhã preciso demitir dois. A chuva não para. Estou pregado.”
Que livro é este?
Leia o resumo novamente, com mais atenção.
E agora, descobriu?
A Bíblia.
Em sua versão twitter.
Isso é que é poder de síntese. Praticamente um milagre, eu diria.
O nome do santo eu não sei, mas o colunista Alfredo N. diz, na revista VIP deste mês, que uma rede de cursinhos está usando esses resumos no twitter para ensinar literatura.
Não dá para aprender literatura desse jeito, mas a iniciativa é criativa e engenhosa.
O ator norte-americano Aston Kutcher, cujo melhor papel é o de marido de Demi Moore, alcançou há duas semanas a inédita marca de um milhão de seguidores no twitter.
O Rei Roberto Roberto Carlos, que comemora 68 anos de idade e 50 de carreira, também já cantou que queria ter um milhão de amigos.
Eu não sou tão pretensioso. Não quero um milhão acompanhando este blog. Mas quero você.
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