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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Twitter & shout

O que você está fazendo agora? Não foi para compartilhar essa nem sempre preciosa informação que o Twitter foi criado? Claro que seu uso foi depois disseminado e ampliado, e hoje serve a propósitos bem distintos. Infla egotrips, espalha poesia, é ferramenta de comunicação corporativa, avisa a última fornada de pão quentinho ou onde tem blitz da Operação Lei Seca.

Mas um americano chamado Dana Hanna levou o hábito (ou vício) de tuitar às últimas conseqüências.

Na hora em que o pastor deu a benção final no seu casamento – e antes de beijar a noiva! – o noivo sacou o seu celular com conexão à Internet, tuitou o seguinte: “Standing at the altar with@TracyPage where just a second ago, she became my wife! Gotta go, time to kiss my bride”. E assinou The Software Jedi. Aproveitou e também atualizou o estado civil no Facebook. Fez isso do altar, para gargalhada geral dos convidados e do pastor, o único com quem ele havia combinado previamente a brincadeira.

Tamanho empenho e apreço pelo mundo virtual pode causar certos constrangimentos na lua-de-mel. Mas isso é problema deles. E, provavelmente, o mundo saberá pelo twitter, como estão indo as coisas. Se você receber um “yes! yes! oh yeah!, fuck me baby! yes” e na seqüência um “aaaaaaahhhhhhhhhhh”, não se assuste, você pode imaginar o que é.

A brincadeira do gaiato tuiteiro talvez tenha sido mais uma ironia sobre a superestimada importância que temos dado às nossas vidas no ambiente virtual, às vezes, em detrimento do real. Será que agora, ao invés de trocar alianças de metal, concreto, nós vamos trocar estados civis na esfera pública virtual? E que será dessa forma que avisaremos ao rol de pretendentes que foram finalmente preteridos(as)? Até a próxima atualização.

Por uma questão de coerência, claro que o vídeo do casamento está no Youtube. Nunca foi tão fácil ser penetra em um casamento.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Casamentos



Neste mês, um casal de tios faz Bodas de Ouro. Meus avós maternos viveram juntos por 52 anos. Estou certo que outro casal de tios também teria chegado ao cinqüentenário de casamento, se um câncer no pulmão não tivesse levado meu tio prematuramente. Em todos estes casais, havia - ou há – amor e harmonia quando chegaram à data festiva.

Nada tem que durar para sempre. O amor, que já é lindo, não precisa ser eterno. Mas acho bonito pacas quando um casamento dura esse tempão todo. Desde que, é claro, com amor, harmonia, respeito, companheirismo. Porque casamento por acomodação ou de fachada, não, obrigado. Se o sentimento acaba, então que cada um siga para o seu lado e busque o seu jeito de ser feliz.

Neste mês, eu faço três anos de casado. Eu casei pela última vez aos 38. Com sorte, eu espero que ainda dê tempo de chegar lá nas Bodas de Ouro. Vontade não falta.

Por outro lado, houve época em que eu queria ser como Vinicius de Moraes, não apenas pelo extraordinário talento como escritor, mas pela quantidade de casamentos. Foram nove os casamentos de Vinicius, que faleceu em 1980, aos 62 anos.

Um dia, ele foi questionado pelo parceiro Tom Jobim: "Afinal, Poetinha, quantas vezes você vai se casar?". Num improviso de sabedoria, Vinicius respondeu: "Quantas forem necessárias."

Eu estou no meu terceiro casamento. E último, gosto de frisar. Mas se, neste quesito, já fui aprendiz de Vinicius, este é aprendiz de outro poeta, Thiago de Mello, autor de “Os Estatutos do Homem”. Nesta semana, o amazonense casou-se pela vigésima oitava vez! De acordo com nota publicada em 21/10 na coluna do jornalista Ancelmo Góis, a mais recente esposa tem pouco mais de 30 anos e chama-se Poliana.

Pollyana é a protagonista do clássico da literatura infanto-juvenil, de Eleanor H.Porter, publicado em 1913. O nome da personagem, por seu eterno otimismo e sua capacidade de ficar feliz nos piores momentos, acabou se convertendo em sinônimo de ingenuidade.

Os casamentos são os mais belos - e poéticos - rituais de ingenuidade.

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