sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Saúde é o que interessa

Os analistas políticos formaram consenso de que uma suposta posição favorável ao aborto da candidata petista prejudicou seu desempenho nas urnas a ponto de fazer com que ela não atingisse o quorum necessário de votos para vencer no 1º turno.


O que me espanta é que o tema do aborto tenha força para decidir uma eleição a favor ou contra quem quer que seja.

Se o Brasil fosse um país super desenvolvido, com suas questões prioritárias bem resolvidas, vá lá, eu entenderia. Mas estamos muito longe do 1º mundo.

Ficou patente – e isso é patético – que somos ultra conservadores e que a excrescência do voto religioso tem muita força.

Fique claro que este não é um texto pró candidato A ou B. Mas é, sim, um texto pró descriminalização do aborto, que deve ser tratado na esfera política como questão de saúde pública e não moral.

Ser a favor da descriminalização do aborto também não significa ser entusiasta do aborto. Legalizar não significa achar legal, no sentido de bacana. Ninguém faz aborto just for fun. E aborto não pode ser método contraceptivo. Um comportamento responsável que evite doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada é que o todo adulto sensato deveria adotar.

Um comentário:

Mirelle Matias disse...

Aqui na França o aborto é, além de legal, pago pelo governo. Mas o pais esta longe de ser religioso/conservador como o Brasil. O problema é que, de acordo com uma reportagem que li dia desses, o numero de garotas que recorrem à pratica como modo contraceptivo é enorme, ja que não se fala muito sobre proteção por aqui. Por exemplo, eu nunca vi propagandas na TV de camisinha, como vemos o tempo todo no Brasil. Nem cartazes e campanhas em hospitais ou algo parecido. Liberaram, mas não educaram o povo para entender que o aborto deve ser utilizado em ultimo caso e olhe la! O meu medo é que no Brasil aconteça o mesmo. Tb sou a favor da legalização, mas acima de tudo, do debate sobre o assunto e da educação do povo.