sábado, 4 de abril de 2009

Os caras e Deus

Estêncil em muro de Buenos Aires. Foto: Leandro Wirz

Barack foi pro buraco. O homem despencou no meu conceito. Tudo porque afirmou na reunião do G-20 que “Lula é o cara, é o político mais popular da Terra”. E eu que sempre pensei que O Cara fosse o Romário!

Agora, com o índice de aprovação batendo a casa dos 80% e este aval do Obama, quem vai segurar a onda (ou seria a marolinha) do Lula?!

A expressão em inglês que Obama usou foi “He is my man”. E a gente não pode desprezar esse “my” aí. É como se fosse “esse é um dos meus homens, esse trabalha para mim, esse joga no meu time”. Talvez haja uma certa hierarquia implícita. Tipo “conto com esse cara na minha equipe”.

Com esse afago no ego do nosso líder, o espertíssimo Obama cooptou "o cara". Quero crer. Afinal, Barack não ia dar uma de Bush e falar bullshit.

E falando em gente que se acha, “o cara” diria que deus sifu nesta semana. Sim, o deus Maradona desabou do alto do seu ego e da Cordilheira dos Andes ao sofrer uma humilhante goleada de 6 X 1 da Bolívia em La Paz.

Um jornal boliviano estampou na capa no dia seguinte à vitória histórica: “Heresia! Goleamos deus!”

Ok, esse resultado jamais aconteceria se deus ainda jogasse na seleção argentina, e não apenas a treinasse. E também não aconteceria se o jogo tivesse acontecido em condições normais de temperatura, pressão e altitude.
Em respeito aos que sofrem os efeitos devastadores do vício e tentando dar um drible de canhota no óbvio, vou resistir a fazer gracejos relacionando Maradona e o principal produto de exportação da Bolívia.

Maradona pagou a língua. No ano passado, quanto a Fifa tentou proibir jogos em cidades com altitudes acima de 2.750 metros, como La Paz e Quito, ele foi ser garoto propaganda de Evo Morales e afirmou que era tranqüilo jogar nas alturas. Sifu.

Mas a gente também sifu. É porque o assunto da semana é a derrota da Argentina e não a vitória do Brasil sobre o Peru. Sob a égide de Dunga, a Seleção continua a apresentar um futebolzinho anão. (Desculpem-me, Mestre, Feliz, Dengoso, Zangado, Atchim e Soneca).

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