
Tatuagem na lombar é sempre um risco. Pode ser bonita e estilosa (como esta aí da foto, trabalho do artista Jun Matsui, que atua na ponte São Paulo-Tóquio) e ficar super sexy, como pode ser um desastre. Tribais básicas costumam funcionar bem. Mas, assim como na vida, é preciso muito cuidado com as palavras. Desnecessário lembrar que estas, quando tatuadas, literalmente marcam. E erros podem ser eternos.
Se o desenho descer mais um pouco e ficar sobre o cóccix, é preciso ainda mais cuidado. Pimentinhas tatuadas ali ficam no limiar da vulgaridade, o que não aconteceria se estivessem noutra parte do corpo. Vi as fotos de uma modelo, em que ali já na parte coberta pelo biquíni estava escrito: “Love me”. Meu amor, fala sério. Ali, bem ali, na hora H, a gente vai embaralhar as letras e ler “Me come”.
Um conhecido, desses que não perdem viagem, fazia um lanche na praça de alimentação de um shopping na Zona Norte do Rio quando se encantou pela atendente de uma rede de fast food (sem trocadilhos, por enquanto). Troca de olhares, sorrisos, conversa vai, conversa vem, “que horas você sai?” “”vai fazer alguma coisa depois?”, “vamos tomar um chopp?”, “vamos lá pra casa?”
Foram. Já no quarto, tudo apagado, ela pediu para desligar uma luz lá na sala, que nem levava tanta claridade assim. Justificou, meio encabulada, dizendo que tinha uma coisa que não queria que ele visse.
- “Ah, a tatuagem com o nome do Thiago?”. Estava ali, na lombar.
- “É, não te incomoda?!”
- “Sinceramente, acho que, dada a situação em que estamos, acho que quem teria que se incomodar é o Thiago...”
Pano rápido. Cena 2:
Outro amigo conheceu mulher na balada e foram fechar a noite no motel. Lá pelas tantas, ela se virou, posição quatro apoios e estava escrito na lombar: “Deus é fiel”.
Pode ser. Mas é broxante.