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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Eclipse inofensivo

                                 

Torci o tornozelo jogando futebol e meu pé esquerdo abriu 90 graus. Ou seja, quase virei Curupira. Com a perna imobilizada, não dá para ficar saracoteando por aí. No cinema do shopping perto de casa as opções eram Eclipse ou Toy Story. Optamos pelo primeiro e a história do tornozelo é só meia desculpa. Afinal, já tínhamos assistido ao Lua Nova. Então, por que não ver o terceiro filme da saga?

Antes da sessão começar um bando de adolescentes histéricas fazia a maior zona no cinema, aguardando frenéticas o galã que é vampiro e/ou o galã que é lobisomem. Diante da algazarra infanto-juvenil, minha mulher lembrou bem porque decidimos não ter filhos. Aliás, filhos e peidos só os nossos. Aguentar os dos outros não dá.

Enfim, o filme. E uma frase do galã vampiro resume bem o incômodo masculino durante a sessão. Referindo-se ao menino lobo saradão, o branquela sanguessuga diz: “Ele não tem uma camisa?”. É o que o cara está sempre exibindo o tanquinho. Visão do inferno.

Então, o filme inteiro é aquela competição para ver quem fica com a menina. O lance é a polarização entre o amor romântico (do vampiro) e o amor carnal (do lobisomem). O primeiro é compromisso, proteção, amor eterno. No entanto, é frio e assexuado. Com o outro é o oposto: há desejo, há calor, mas ela resiste a assumir o que sente, embora não queira perdê-lo. Dilema mais teen impossível.

Se fosse pela manifestação ruidosa da platéia, a parada estaria ganha para o lobisomem. Com ele em cena, o frisson é maior. Inclusive entre as mulheres que já passaram da adolescência há muito tempo.

Entre vampiros e lobisomens, salvou-se o Saci Pererê que vos digita estas mal traçadas. É porque o Eclipse é inofensivo. Mera diversão de sessão da tarde.