Bailarino é uma das profissões que eu gostaria de ter tido. E gostar de balé foi um dos motivos pelos quais fui assistir a Cisne Negro. Mas não é um filme sobre balé. A dança é pretexto e contexto para falar de emoções, limites, disciplina, obsessão, repressão, estímulo, competição, coaching, frustração, moral, sexo, transformação, amadurecimento.
Cisne Negro é sufocante, surpreendente, soturno, arrebatador e incomodativo. Ou seja, é muito bom. Fica difícil distinguir exatamente realidade e o que é o turbilhão de pensamentos e sentimentos que consomem a protagonista. Há exagero na escatologia de algumas cenas, desnecessárias. Por outro lado, há momentos sublimes, como a cena em que Natalie Portman se permite e dança o lado negro do cisne de forma selvagem e apaixonante. Sou homem e não fujo à regra. Linda é também a cena lésbica entre Natalie e a sensualíssima Mila Kunis (e lingus - já pedindo perdão pelo trocadilho que li em uma revista, e não pude evitar reproduzir).
Vi o filme como uma ode à emoção, ao deixar-se levar por elas. A perfeição requer a imperfeição, a impureza. Ao final, cabem reflexões e a indagação provocadora que meu amigo psicanalista Marcus Quintaes fez via Facebook: "Quem em você se chama Cisne Negro"?
(...silêncio...)
(pigarro) Mudando de assunto, em Bravura Indômita, remake do clássico western em que John Wayne interpretou o papel que agora Jeff Bridges defende, também é um bom filme. Mas confesso que não consegui enxergar méritos para as dez indicações ao Oscar que recebeu.
Já Natalie Portman é barbada para levar para casa a estatueta de melhor atriz na premiação desta noite.
Um comentário:
Cisne Negro foi um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos. Ela certamente merece o oscar de melhor atriz.
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