criação de Jonathan Mark em homengaem a Steve Jobs
A morte de Steve Jobs, o popstar da tecnologia, criador da Apple e da Pixar, causou comoção mundial. Considerado gênio por muitos que não temem banalizar o termo, Jobs deixou uma legião de órfãos e admiradores. Quase devotos. Morto, virou iGod.
Não entendo de tecnologia para sequer entrar no mérito se as alcunhas de gênio e de revolucionário eram merecidas ou exageradas. Sou um reles usuário de produtos da Apple. Gosto da beleza, da usabilidade, da facilidade, da interface, mas estou longe de utilizá-los em toda a sua potencialidade. O que penso é que Jobs detinha um talento absurdo para, sim, tecnologia, design e marketing. Ele foi capaz de fazer com que milhões de pessoas se perguntassem como puderam viver até então sem um produto Apple, o qual, antes de sua invenção, sequer imaginavam precisar. Gerou milhões de “escravos de Jobs”, como bem disse Arnaldo Bloch. Pessoas histéricas em filas gigantescas madrugadas afora em um exemplo extremo de consumismo frenético. Jobs foi, portanto, uma espécie de Eva contemporânea. Devo dizer que não vejo, moralmente, nada de errado nisso.
Jobs nunca foi – nem pretendeu ser – santo. Foi um homem que teve uma vida difícil pela rejeição familiar na infância, e depois pelo câncer que o destruiu lentamente. No entanto, foi extremamente bem sucedido nos negócios e ganhou rios de dinheiro. Era um personagem controverso e fascinante. Cheio de contradições. Vigoroso nos negócios. Nem sempre ético. Budista, mas explosivo por motivos fúteis. Intolerante como muitas vezes são as mentes mais brilhantes. Eu estava entre seus admiradores. Lamentei sua morte. Fiquei um pouco iSad, bem sacado nome de um trend topic nas redes sociais.
Jobs também se celebrizou pelas palavras. Foi ácido, doce, mordaz, irônico, sábio, inteligentíssimo. E são algumas dessas frases geniais ou nem tanto, que compartilho aqui.
Não sem antes reproduzir uma frase precisa do publicitário Marcos Bassini, no Facebook, logo após a morte de Jobs: “Desde a descoberta da lei da gravidade um gênio e uma maçã não eram tão importantes.”
"Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates"
( E eu, e não Jobs, indico a leitura de “Café da manhã com Sócrates”, de Robert Rowland Smith)
"Você quer passar o resto da sua vida vendendo água com açúcar ou você quer uma chance de mudar o mundo?"
"Ser o homem mais rico do cemitério não me importa... Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo maravilhoso... Isso é o que importa para mim"
"Esse tem sido um de meus mantras - foco e simplicidade. O simples pode ser mais difícil que o complexo: você tem de trabalhar duro para deixar o seu pensamento limpo e manter a simplicidade. Mas vale a pena no fim das contas porque, quando você chega lá, você pode mover montanhas"
"Seu tempo é limitado, então não o desperdice vivendo a vida de outra pessoa. Não fique preso pelo dogma - que é viver pelos resultados do que outras pessoas pensam. Não deixe o ruído da opinião dos outros afogar a sua voz interior. E o mais importante, tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário"
"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos irão, de alguma forma, se conectar no futuro. Você tem de acreditar em algo - nas suas vísceras, no destino, na vida, no karma, que seja. Essa abordagem nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença na minha vida"
"Lembrar que morrerei em breve é a ferramenta mais importante que encontrei para me ajudar a tomar as grandes decisões na vida. Porque quase tudo - todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo do constrangimento e da falha -, essas coisas simplesmente desabam na face da morte, deixando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor forma que conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração... Continue faminto. Continue tolo"