Quando garoto, eu adorava assistir ao seriado “Túnel do Tempo”, no qual, a cada episódio, dois caras eram transportados aleatoriamente para momentos relevantes da História.
Fui assistir à comédia “O Homem do Futuro”, filme escrito e dirigido por Cláudio Torres e protagonizado por Wagner Moura e Alinne Moraes. Bem realizado, divertido, e, claro, bebe de outras fontes como o já clássico “Back to the future”.
Meu ponto não é crítica cinematográfica, mas sim o fato de que um filme tipo sessão da tarde me inspirou umas reflexões baratas.
A questão central é voltar ou não para dar uma photoshopada no passado e as implicações disso. É ficção (ainda), óbvio, mas se pudéssemos voltar ao passado, talvez fosse a morte do futuro, como assinala o personagem. Ficaríamos em um eterno retorno, querendo apagar, consertar, refazer, melhorar as coisas. E como estamos todos interligados, uma mexidinha que eu fizesse na minha vida mudaria também a de outras pessoas e vice-versa.
Claro que eu faria muitas coisas diferentes do que fiz. Mas se o fizesse eu seria um homem diferente do que sou hoje. E eu não quero isso. Sou causa e conseqüência de tudo que fiz. Gosto de quem sou. Estou quite com o meu passado, o que inclui pequenos erros e cagadas monumentais.
Outro ponto é que a vida não é editável. Ela é ao vivo. E é única. Então, o que você está fazendo com o seu tempo? É tão somente o presente que está em suas mãos.
O filme me trouxe alguma nostalgia na empolgação juvenil dos universitários em 1991 cantando, não por acaso, “Tempo perdido”, da Legião Urbana. Eu me graduei em 1990 e sempre ouvi muito Legião. Renato Russo foi um dos porta-vozes daquela geração. Quando jovens, acreditamos que temos todo o tempo do mundo.
A nostalgia soprou em mim outra vez na cena em que Alinne Moraes diz “eu te amo” ao Wagner Moura, com a vitalidade própria das paixões jovens (as paixões jovens, não necessariamente apaixonados jovens). Paixão não envelhece. Morre. Aqui cabe tomar emprestado o título do ótimo romance de Marçal Aquino: “Eu ouviria as piores notícias dos teus lindos lábios”. Ouvir um enfático “eu te amo” dos lábios da belíssima Alinne é benção que confere a toda paixão o status de verdade incontestável e longevidade possível.
Video de estréia! | 13anosdepois
Há 9 anos